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domingo, 17 de fevereiro de 2013

Enfermagem e o cuidar

Enfermagem e o cuidar



 O ser humano, na relação com o outro, manifesta a interdependência que todos os seres compartilham. A humanidade do ser humano pode expressar-se no processo de cuidar e ser cuidado, que se fundamenta na interação a partir da comunicação envolvendo respeito, responsabilidade e toda a complexidade de determinantes no seu desenvolvimento e realização.
As relações de cuidado são manifestadas em todas as atividades do cotidiano de cada ser. O cuidar é uma relação mútua de ajuda, de crescimento e auto-realização, pautada pelo afeto e respeito ético moral.
O cuidar em enfermagem caracteriza-se em conhecer e atender as necessidades do ser a ser cuidado, em dar oportunidade a ele de cuidar-se e de desenvolver o seu potencial. Pensar na enfermagem e no cuidar é uma tarefa instigante e de certa forma representa um desafio no contexto atual da conformação das práticas de saúde, no qual é necessário e fundamental se considerar a forma como a produção dessas práticas tem se efetivado, voltadas muito mais às doenças e não ao doente.
No que tange à enfermagem, não é uma discussão nova, se faz presente em sua história, visto que o cuidar é uma das razões e sentido da enfermagem, mesmo que não seja uma ação exclusiva e predominante desta profissão. O cuidado não é apenas um privilégio ou característica da enfermagem. Contudo, a enfermagem possui vários requisitos e atributos que a distinguem, e a caracterizam por ser uma profissão de ajuda na qual o conceito de cuidado é genuíno.
A Enfermagem tem como premissa básica o cuidado com o ser humano na sua totalidade e, de acordo com a sua natureza, reconhecendo-o como um ser com potencialidades e capacidades para agir e decidir, observando sua individualidade, necessidades, expectativas e realidades. Desta forma, ampliam-se as possibilidades para exercer sua autonomia e para transformar o contexto em que vive. Enfermagem - “gente que cuida de gente”-, seu trabalho se fundamenta num profundo respeito humano para lidar com as pessoas. Esse é seu compromisso profissional e sua dimensão ética. O cuidar exige conhecimento, dedicação, zelo e amor, é fruto de um trabalho sensível e humano, que fortalece sentimentos e conserva a relação entre quem cuida e quem é cuidado.
Cuidar do outro não é só cuidar do corpo; é cuidar também da mente e emoção, é um lidar permanente das subjetividades que estão colocadas na relação trabalhador de enfermagem-usuário. Assim, esse profissional que cuida do outro na sua inteireza vai também buscar escutar os sentimentos, vai dialogar. Portanto, deve-se vislumbrar um horizonte onde o cuidar deve associar o sonho e a ciência, o racional e a intuição, o emocional e os sentimentos, o real e o virtual, a imaginação e a criação, o cotidiano e a subjetividade, o individual e o coletivo e, também, considerar particularidades e singularidades. O desafio para a enfermagem atravessar o terceiro milênio é insistir na prática do cuidado ao ser humano, como atividade fim e primordial e, ainda, um meio de valorização profissional.

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